domingo, 27 de junho de 2010

O Regime Oligárquico - Política do Café com Leite


Podemos afirmar que os partidos políticos tiveram pouca expressão durante a Primeira República, e provavelmente por esse motivo houve o fortalecimento das oligarquias através da Política dos Governadores e do Coronelismo.


Após vencer as dificuldade impostas pelos militares e civis ao seu governo, que era voltado aos interesses dos cafeicultores, Prudente de Moraes consegue eleger seu candidato, Campos Salles, este por ser um político mais habilidoso consegue consolidar a chamada República dos Fazendeiros idealizada pelos cafeicultores e pelo PRP através da chamada Política dos Governadores que se estenderá até a Revolução de 30.


O presidente Campos Salles valorizava as elites formadas por pessoas de tradição e dinheiro, e baseou a sua política nas oligarquias que controlavam os governos dos estados. Era a chamada Política dos Governadores, que consistia na troca de favores entre o governo federal e os governadores estaduais. Com isso Campos Salles ignorava os partidos políticos e apoiava os governadores. Ele criou uma Comissão Verificadora, formada por deputados de sua confiança que tinha por objetivo barrar os deputados eleitos que não se alinhassem na política dos governadores, era a chamada “degola política”, assim só eram eleitas as pessoas que apoiassem as oligarquias estaduais, e estas por sua parte mantinham-se no poder indefinidamente e apoiavam irrestritamente o poder Executivo.


A base da Política dos Governadores era o Coronelismo, ou seja, os grupos formados pelos principais coronéis regionais e suas famílias. O coronel tinha força política no âmbito municipal e devido às eleições serem abertas, os coronéis forçavam os eleitores a votarem nos candidatos indicados por eles, era o chamado “voto de cabresto” no qual o coronel tinha com a população de sua região (curral eleitoral) um compromisso total, garantido pela presença de grupos armados que intimidavam os eleitores, quem não votasse no candidato do coronel, além de perder favores, poderia ser expulso da cidade ou acabar sendo morto.


A Política do Café com Leite surgiu da necessidade do governo para conseguir empréstimos internacionais e para beneficiar os cafeicultores paulistas. São Paulo era o estado mais rico do país por causa do café e Minas Gerais, tradicional estado pecuarista, tinha o maior número de eleitores e por isso possuía o maior número de deputados. A aliança entre São Paulo e Minas Gerais passou a se alternar no poder e este pacto ficou conhecido como Café com Leite em alusão a mistura do café produzido por São Paulo com o leite de Minas.



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