sábado, 19 de março de 2011

A Revolução Industrial



Ao conjunto de modificações econômicas ocorridas nos séculos XVII e XVIII, na sociedade européia, damos o nome de Revolução Industrial. Porém tal definição não é satisfatória, devendo ser ampliada como sendo o conjunto de transformações ocorridas na agricultura, no comércio, nos transportes, na indústria, em resumo, em toda a economia que se tornou capitalista.


Quando falamos em Revolução Industrial, pensamos imediatamente na Inglaterra, com as suas máquinas a vapor, suas locomotivas, seus navios movidos a vapor e os seus teares, usados por este país para produzir e transportar enormes quantidades de mercadorias vendidas para todas as nações do mundo.


A Inglaterra, ao longo da Idade Moderna, conseguiu criar condições para se tornar o país mais rico do mundo através da acumulação de capitais e a liberação da mão-de-obra desencadeando desta forma a Revolução Industrial. A acumulação de capital é o processo onde se concentra os meios de produção e as grandes somas de dinheiro em poder de uma minoria: a burguesia. Já o processo de liberação da mão-de-obra representou a criação do proletariado, cuja força de trabalho é a única riqueza que os seus componentes, os trabalhadores, possuem.


No início do século XVIII, a Inglaterra era a nação mais rica e poderosa do mundo. Possuidora de grandes jazidas de carvão e ferro, sem mencionar a supremacia naval, os seus portos e as suas estradas que facilitavam o escoamento de seus produtos.


Com o crescimento do mercado consumidor, os burgueses começaram a utilizar em suas manufaturas novas tecnologias. Com o surgimento da máquina de fiar, criada em 1764, por James Hargreaves, uma única pessoa realizava o trabalho equivalente ao de oito trabalhadores. Quatro anos mais tarde um tear movimentado pela força da água produzia fios de algodão em maior quantidade e de melhor qualidade.


Porém no ano de 1769, James Watt desenvolveu um equipamento que se utilizava do vapor da água para gerar uma energia tão forte que impulsionava máquinas a uma velocidade nunca antes conseguida. Nos anos que se seguiram, através dos aperfeiçoamentos da máquina a vapor houve um desenvolvimento industrial gigantesco, que se refletiram na siderurgia, na metalurgia e no surgimento das primeiras locomotivas a vapor, inventadas no ano de 1808.


Destacamos na primeira etapa do desenvolvimento capitalista, o chamado “Capitalismo Comercial”, caracterizado pelos monopólios advindos do Pacto Colonial e das grandes navegações entre o rei e os comerciantes. Numa segunda fase, que coincide com a Revolução Industrial, o “Capitalismo Industrial” fundamenta-se na propriedade privada e nos meios de produção dominados pela burguesia, que passou a ter total controle sobre a economia, podendo vender, comprar, investir e fazer circular as riquezas produzidas. E posteriormente o chamado “Capitalismo Financeiro”, que corresponde a um tipo de economia capitalista em que o grande comércio e a grande indústria são controlados pelo poderio econômico dos bancos e outras instituições financeiras.